
E o câncer reacionário leva mais um líder da América Latina.
Com a morte do Chávez, a Venezuela vai mudar como a Apple mudou sem o Steve Jobs. Sem uma figura carismática, seria o fim de uma liderança ancorada no personalismo, talvez com outras estratégias para com o público. Por outro lado, em essência, tudo se mantém.
Sei que nem só de pão vive o homem; eu bem que gostaria de gastar todo meu salário em tecnologia, livros, shows, peças de teatro, cursos, instrumentos musicais; não faço porque tenho obrigações. Um Estado cava um buraco quando gasta tudo em cultura e educação. Ainda que na melhor das intenções, um líder que faz isso não pode ser idolatrado justamente.
Sonhava em ouvir a presidente Dilma Rousseff fazendo o discurso que poderia ter sido e que não foi:
"Lamento a morte de um homem e tudo o que significou para seus familiares e admiradores. Por outro lado, a morte do estadista minguará a ditadura do proletariado que já anunciava o fim por si. Chávez deixou filhos, mas não sucessores; notavelmente, o regime adequado a essa escolha e ao seu gênio era uma ditadura tal qual construiu, sem quem tocasse o seu plano adiante, em que apenas ele podia ser líder. Ninguém deve comemorar este momento triste de sua morte, pois é duplamente lamentável. No passado, pelo que ele fez ao povo, e no futuro, pelo enorme trabalho que é necessário para desfazer seus erros."
Aí caí da cama.
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