quarta-feira, 21 de novembro de 2012

E o Curdistão?

Desconfie de qualquer um que se ponha como defensor de uma causa a qual não pertence.

Eu me arrisco pouco pra falar de política e economia internacional "por muito saber que nada sei".

Normalmente me guio pelo que a mídia normalmente NÃO mostra. Beira a gosto musical ou de cinema, com o qual é comum buscar o que não é mainstream. Parece uma atitude irresponsável, parece até que não estou movendo uma palha pra sair da minha zona de conforto, o que é mentira. Prefiro manter assim até ler mais a respeito do assunto. E o que ler?

Como o raio de alcance de notícias fidedignas de Israel é minúsculo (nem o Haaretz, que é israelense, é confiável), o jeito é estar perto.

E não vou até lá pra ver.

A mídia internacional não é pró-Palestina. É contra Israel. Vide 2006 e o conflito entre Israel e o Hezbollah, no sul do Líbano. O exército israelense atacou casas, comércio local e escolas. Faziam isso porque o Hezbollah fixava bases terroristas no meio da população, algo parecido com o que os traficantes fazem em favelas brasileiras. Metralhadoras giratórias e morteiros em quintais e telhados.

Mais uma vez, não sei o que de verdade acontece lá, mas é no mínimo parecido com o que se diz do Hamas na Faixa de Gaza hoje.

É perigoso e muito delicado abraçar qualquer bandeira em defesa de minorias distantes sem saber quem fez a falta ou quem é o dono da bola. É como fazer depósito na conta corrente de alguma instituição de caridade, sem visitar o lugar, sem saber o que de fato se faz com o dinheiro ou quem atendem. Sentir o gostinho de ser bondoso, aquela consciência limpinha por estar ajudando alguém necessitado, sendo a voz que uma determinada minoria oprimida não tem.

Nunca visitei Israel. Sempre ouvi todo tipo de opinião ou repetição da repetição da repetição de opiniões, que de tão repetidas e tão distantes fisicamente do fato real, já parecem verdades dignas de serem integradas ao cânone de ensino em universidades ou serem debatidas ao sabor do vento em noticiários pelo mundo.

Tirando qualquer afeto pessoal que eu tenho por Israel, desconfio de informações ditas sobre palestinos que nem de palestinos são. Que seja o povo curdo, de quem ninguém lembra. A notícia está mais em quem supostamente oprime do que em quem está sendo oprimido.

Na minha posição de ignorância, repito: eu aconselho desconfiar de quem defende causas e não vivenciam seus problemas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Panela de Pressão

o calor necessário

aconchego do lar

um alimento

deixado de molho

pedacinhos boiando no líquido

tudo picadinho, crocante

triturado na sucção a tubo

a receita na canetada

no tacho, no panelaço

o escracho,

crânio quebrado

vértebras rachadas

fenícios

amonitas

espartanos

romanos

cátaros

chineses

brasileiros

feministas no megafone

um berro no ultrassom

era menina