quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sampauleira



Mantenha-se longe da sua casa
Em caso de inundações, ferva toda a água de correntezas
Em caso de ventania, cuidado com quedas de telhados
Em local alagado, não mantenha distância de buracos
Informe-se para evitar as áreas desobstruídas
Evite ficar dentro de bueiros descobertos

Se estiver dirigindo, enfrente árvores, fios, postes e semáforos
Atravesse áreas cobertas pela água e nunca diminua a velocidade
Procure parar o carro em vias alagadas e conserve congestionamentos
Procure saber as condições do trânsito e evite o melhor horário para sair
Planeje seu itinerário para sair de casa durante chuvas fortes

Se o nível de água estiver subindo, procure chuvas e temporais
Acione a Defesa Civil caso surgirem drenagens em calhas
Há risco de doenças como consumo de objetos para guardar
Caso sua casa costume inundar,
prepare rachaduras ou outro problema grave
Preste atenção, pois podem dificultar a saída de leptospirose

Informe-se e mantenha a rede elétrica em contato com a água
sobre inundações importantes
Recomenda-se que a população evite prevenir problemas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u682811.shtml

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Oblivion


Por outro lado, o anonimato é bom. Textos podem ser (não necessariamente) mais íntimos. Tenho algum controle dos leitores. Deportada, a voz pode ter sua anistia. O grito vai em exílio e é abafado pela minha mordaça pessoal. É o direito de se preservar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Revolver

É claro: nessas semanas São Paulo esteve mais vazia. Graças a Deus - ou ao filho Dele, que apagou mais uma das suas infinitas velinhas. Para celebrar a nossa saudade e comemorar a nossa solidão, ergo um brinde a todos zero leitores desta página. Fico contente de saber que ninguém perde seu valioso tempo com isso aqui. Tela de computador não é preciso; viver é preciso. Lay down all thoughts, surrender to the void. Morro de saudade de tocar com meus amigos. Amanhã não se sabe. Poderia aproveitar a ocasião pra xingar e pichar tudo. Puf. Puf. E limpar as digitais do revólver pra assumir a hipocrisia. Porém, prefiro postar um poema nada recente que resume a multidão-solidão paulistana. No íntimo, sei que todo mundo se sente um pouco único; hoje é a minha vez de chiar atenção, assobiar aos holofotes. Pronto, falei.

Débito automático

Nada se consuma, tudo se consome
Tiros na fuselagem da minha alma empenada
Cartazes e buzinas ofuscam
Tristeza é diluída em usuário e senha
Nos passos de quem tem pressa
No bom dia – do olhar que desvia
Na conversa de elevador
No pedinte – e no ouvinte que mente
Na decepção que não dá atestado médico
Tolera nenhum atraso
Nas contas que estragam o feriado
Pedido de licença, ss cabisbaixos
Panfletos na rua, boletos em casa
Na cesta básica – ou ácida –
Deleite em lata condensada

Seus ideais parcelados no crediário
Ora admitido, ora demitido,
Assim se cumprem doze trabalhos
A página de classificados
Listam os eliminados
No cego olho da rua a vista.

Invasão de rádio-freqüência
Antenas urram mais câmbio, menos câimbra
Fluxo de anônimos esperando sinal verde
Atônitos, autômatos:

Um calo na garganta
que se calou e não mais canta
São mudos que não mudam nada
Mas mesmo quem fala
Não se ouve ou vê: se esconde
- Tá muito barulho.

Não são quatro estações
Foram quatro invernos
Quatro não-verões
O turvo entope o bueiro e o ralo da voz
O peito emperra ao respirar o sólido
O empate inspira o céu nublado
Grãos de carbono proíbem o sol
E decretam a tosse.
Rodízio implacável de vidas

sábado, 2 de janeiro de 2010

"Quero cerca, paz!"

Cansado e com saudade da família que não vi por causa da correria recente, resolvi não aparecer e nem dar as cartas. Eu sei que é réveillon e que uma semana atrás foi Natal. Não gosto de dias especiais que o calendário julga, e sim daqueles inesperados, surpresa, pequenos imprevistos dando certo. Há sempre a pequena chance do impossível rolar. Entre um feriado e uma tarde gostosa, prefiro a segunda. Aí sim. E não precisa de uma multidão de branco que acha que areia rima com sujeira.
É, só que agora to com saudade de todos os meus amigos.
Sem falar da Ju. Santo Deus, que saudade.