sexta-feira, 18 de março de 2011

Man in the box

Enricrescido. Pelo menos nesta etapa.

Depois de começar a trabalhar no dia 22 de dezembro de 2009, segui até ontem com a certeza de que, apesar de gostar muito do que faço, consciente de que não poderia fazê-lo a vida inteira, iria buscar algo diferente.

Se antes eu era sumido, depois que entrei na BoxNET eu tinha o aval para sumir. Muita coisa mudou depois disso. Tive oportunidade de comprar coisas básicas para quem é de classe média e vive em cidade grande. Assumi um patamar novo, que vagava entre praças de alimentação e lojas online com uma frequência maior, mas sem que isso tomasse conta da vida. Pude, acima de tudo, conhecer novos amigos e aprender com eles, trabalhar em grupo e oscilar minha responsabilidade em registro e com horário de almoço. Em resumo, dei cabo de um novo ritmo de vida e de gastos e realizei pequenos desejos em detrimento da liberdade.

Mesmo que sempre tenha tido compromissos em lugares diversos, só na Box aprendi a pautar meu dia pelo comprometimento de horário de entrada e saída.

Também tive a oportunidade de tomar gosto pela política. O jornalismo me expôs às notícias, das quais só me desvencilhei durante o período de férias. Tudo era rádio, tudo era matéria, relevante ou não. O que parecia temporário, um horizonte diferente para um estudante da ciência humana pura, foi ganhando perspectiva. Aos poucos, entendi maior parte da insurgência de estudantes vermelho-desbotados. Percebi seus papeis e relevância. Percebi que, no mundo da ciência humana aplicada, os estagiários e efetivados da Box são, em maioria, de direita e repetem um discurso de oposição ao federal e afirmação do estadual, que assim se mantém. Raros casos de questionamento são vistos.

E, apesar do antro conservador, a Box acolheu e mostrou o quanto eu posso ser vendido. Sentia-me infiltrado, espionando, trabalhando. Deixo saudades e quase metade de um mês em aviso prévio.

Motivo? Ah, claro. Consegui um emprego que condiz melhor com o que quero para os próximos anos, combina com a rotina que está por vir - de um ano sem aulas na USP, apesar de matriculado, e com estudo de música -, paga muito melhor e, óbvio, oferta perspectiva de futuro. Como já mencionei, algumas decisões já haviam sido tomadas; só não sabia como levar adiante.

Já agradeci muito a Deus por tudo que conquisto.

Agradeço a quem me pegou pela mão, a quem me trouxe até aqui e a quem agora me guiará. Amanda, Roberta e Lucas e todos, cada um em um círculo, obrigado. Sei que, enquanto fui ajudando, fui ajudado.

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