Um filho.
Os homens se imortalizam em livros. Suas palavras são repetidas pelos matriculados, que se ecoam em seus bordões. Não faço parte desse imundo.
Essa gente olha a janela, mas o olhar para no vidro. Ou miram o olhar refletido. A retina se retém e não permite a paisagem.
Eu desprezo a pretensão de ser mais eterno do que já sou.
Tolice deles. Dizem que ter filhos é minha vaidade e meu egoísmo, que o mundo é cruel e que nenhuma tragédia se justifica. Coitados, não veem; não tenho cetro algum para passar adiante. Só tenho cartas, uma gaveta e uma canastrinha que guarda tudo que aprendi.
Chamo o ato e o parto de milagre. O filho é um milagre. Podem desistir e se livrar da palhaçada de "projeção". Não projeto nada no meu filho. É uma nova vida, não a continuação da minha. Ele vai ficar guardadinho, quieto, ansioso pra sair da pança e pegar coisas e colocar na boca e pular e sair correndo. Todo recém-prematuro. Vai criar contas, um berço no quarto, noites sem dormir. Um pequeno passo para o menino! E a imensidão é pouquinho abandonada, só para aprender e ensinar comigo e com ela.
No "final" - aquele final que os tolos ditam, aprisionados nos livros -, ao lado dela, seremos embalados e ninados no colo dele, até o casal cair no sono e fechar esses olhinhos abraçados.
A Ju tá grávida? E é assim que vc conta pra gente??? kkkk
ResponderExcluirTá, eu sei que não, não dá pra fazer filho pela webcam - ainda. Mas eu penso também que um filho não é uma continuação de nós mesmos, embora tenha em si muito de nós. Passamos a eles muito de nossas opiniões, gostos e parte do nosso legado, mas a independência deles como pessoas diferentes de nós deve ser sempre respeitada.
Acho que vc será um bom pai!