segunda-feira, 15 de junho de 2009

"Gás de pimenta para temperar a ordem"

O sujeito que lê ou ouve um esquerdista, leu e ouviu todos os esquerdistas
Nelson Rodrigues


A graça é que, enquanto isso, o pau tá comendo perto de onde eu moro. Pode uma coisa dessas? Desço do ônibus do lado da Engenharia, passo em frente ao prédio de Administração e Economia, todos com aula normal. E bem antes da Praça do Relógio já dava pra ver os helicópteros rodando em cima da reitoria da USP. Urubu espreitando carniça. Se alguém de Humanas queria entregar trabalho, mesmo com a faculdade em greve, desistiu ou cheirava malagueta.

Entre conviver ou matar o adversário, ficaram com a segunda opção. É o fim do diálogo, da política. Uma falta de tato dessas precisa de luva de pelica. Nunca vi tanta polícia na vida! E assaltantes aproveitam pra entrar em ação ali perto, do lado de fora da Cidade Universitária. O Datena deve ter xingado a nona geração dos grevistas. Discordo dos homens, mas agora eles ganharam a razão que precisavam. O Boris Casoy disse que a gente quer a universidade só para nós - em tom a favor do ensino à distância.

Chegou num ponto que eu, como estudante, não posso confirmar os podres dentro dos muros, senão todos vão concordar que dentro da USP só tem vagabundo. Tudo tem que ser dito com muita delicadeza, senão ninguém entende nada sobre o discurso esvaziado da greve, as posturas sindicalistas, a mercadoria que o ensino tá virando na mão do governo do Estado e o respaldo da reitora. E delicadeza é coisa que bala de borracha não tem.

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