quarta-feira, 27 de maio de 2009

Santiago

Antes de mais nada, eu digo: tenho vinte e quatro anos. De acordo com os meus planos, eu demoraria no máximo cinco anos para terminar a faculdade, sendo que no terceiro ano começaria a fazer minha pesquisa de iniciação científica sobre literatura de mercado, e no meio do quarto eu estaria trabalhando com algo fora da academia. Poderia ser algo burocrático, sem problemas; até porque, já me conhecendo, eu conseguiria chegar em casa depois de um dia de trabalho intelectual pesado e ler um livro que eu goste. Um ganha-pão repetitivo me ajudaria a continuar com o meu dia-a-dia musical e literário sem saturação.

E, assim que me sentisse seguro neste emprego, com um tempo de casa e umas boas economias, eu estaria seguro também para casar. Não tenho preocupações acerca da união religiosa. O matrimônio civil me basta, por aquilo que acredito. Claro que gosto de celebrações, e a contrário do que penso de aniversários, o casamento merece uma boa festa para reunir família e amigos dos dois.

Dois! Penso em dois filhos. Primeiro uma menina, talvez. Um menino não muito depois. Vou dar a eles todo o amor, cuidado e educação que me foi dado!

A sujeira da fralda, a mensalidade de algum curso, os problemas das prestações, o tempo no final de semana, a louça na pia, os passeios, o cansaço do fim do dia; anseio por tudo isso.
Sério.

Eu quero dividir a cama com a pessoa que amo. Manter os planos firmes, tendo em mente que eles são parâmetros, e não objetivos que se devem ser seguidos à risca. Quero o vidro do meu perfume rivalizando o espaço da prateleira com cremes que nunca usarei. E tirar os cabelos do ralo.
E o beijo de língua não pode sair da rotina.

Deus me livre de perder esses planos.

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