sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ALERTA!

A Burrice Corporativa é a mais recente vertente do maior predador da raça humana, a epidêmica Burrice. Apesar de ser nova, essa gravíssima variação da doença já dava seus primeiros sinais em 1936, depois que o tratado psicoeugenista How to win friends and influence people foi aplicado a ambientes empresariais.

O risco de infecção aumenta em horário comercial. O contágio é grande entre trabalhadores de colarinhos brancos e baixo nível de escolaridade, alçados a bons cargos e salários após cursarem pós-graduações lato sensu.

A enfermidade permanece incubada em aparelhos de ar condicionado de prédios empresariais e se transmite pelo ar, muito comum em baias de computadores, inoculada em reuniões de departamentos de marketing, ginástica laboral e em dinâmicas de grupo promovidas por Recursos Humanos.

Os sintomas são:

- olhos fundos

- consumo excessivo de café

- limitação do intelecto.

Os infectados passam a se ver como "recursos" ou "colaboradores" e perdem sua identidade, ainda que gostem de afirmá-la em salas de reunião, em pequenos grupos.

Os efeitos comportamentais variam entre arrogância, excesso de autoconfiança, senso de inteligência, irresponsabilidade, falta de caráter, exercício constante de marketing pessoal, networking, acreditar que é insubstituível, mostrar serviço, terceirização da própria culpa, criação de conchavos de corredor (fofoca) e vício em atividades pormenorizadas e pouco relevantes na construção da pessoa.

Para não causar pânico entre os ainda não infectados, estes efeitos costumam ser disfarçados pelas palavras "sinergia", "metanoia", "proatividade", "parceria" e "comprometimento".

Como se não bastassem todos os flagelos à saúde mental do empregado, a Burrice Corporativa cria dependência de catarse alcoólica, normalmente às sextas-feiras depois do expediente. Chamada de happy hour, essa prática indiscriminada pode ser repetida ao longo do final de semana e traz alívio apenas por dois dias, só podendo ser retomada após 40 horas de trabalho.

Não há cura.

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