segunda-feira, 7 de junho de 2010

Movimento e Parada

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
"Daniel na Cova dos Leões", Legião Urbana




Não tenho qualquer restrição de comportamento com homossexuais.

Entendo que muitos contestem e enfrentem tudo e todos, descartados por tanto tempo e blá blá blá. Contudo, discordo dessa atitude nos dias de hoje, já que não enxergo nisso uma causa. Sabe, já passou, não precisa mais disso. A necessidade de auto-afirmação se esvaziou de sentido.

Pra piorar, organizam eventos como a Parada do Orgulho LGBT que, na contramão do que se diz ser, promove o maior contrassenso legal de todos: sexo ao ar livre, com camisinhas grátis entregues a todos, com o consentimento da prefeitura de São Paulo, ajudando com parapeitos com a Av. Paulista fechada para trânsito de carros. Que me perdoem os insensatos, mas se homofobia é crime, atentado ao pudor também é.
O policiamento que tomou conta da parada foi o mesmo que prendia quem mijasse na rua durante o carnaval - sim, em várias cidades do país, quem abriu o zíper viu o sol nascer quadrado.

O problema é que toda minoria quer ser tratada como especial. O lado bom de ser gay é justamente ser normal, uma pessoa qualquer. Não é azulzinho, verdinho, bolinhas amarelas, e mesmo se fosse, não faria diferença. Você mesmo poderia ser um.

Se por um lado eles são discriminados, por outro, são superestimados. Ser especial é o mesmo argumento que faz muitas mulheres preferirem a amizade de gays as dos homens e das mulheres. O fato de ser gay, afeminado, genérico ou similar é o bastante. Garanto que se fosse uma mulher, rebolando e falando com a liberdade que falam, o bicho ia pegar. "Vaca" seria o nome mais fofinho. Enfim, isso é outra babaquice dentro de outra maior, outra que não tolero. Quem pensa isso é retrógrado demais pra pisar e respirar no século XXI.

Mas agir assim e esperar a aceitação da sociedade, desculpa, não dá. Meu desprezo por esse tipo de eventos vale tanto pra 110v, 220v, bivolt ou rosa-choque, rosa-chique. Gostar de sexo não significa curtir micareta, pegação, suruba ou balada. Tô de boa aqui.

Valeu o desabafo.

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