segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Enricrescer

Tinha aparecido do nada. Estava começando as férias, dois dias depois da minha última prova do ano, depois de ter me formado em Línguística - ainda faltam Português e a Licenciatura, ou seja, um ano. Bem rápido. Num dia, as oportunidades sem maçanetas. No outro, a possibilidade de um emprego. Entrevista, admissão. Apesar de eu ter fugido disso depois de ensaiar os primeiros passos como jornalista ao prestar vestibular, hoje tenho um emprego na área de comunicação.

Pois é, súbito assim. Mais do que um salário, acredito que meu maior lucro vai ser trabalhar em algo que não esteja dentro do cercadinho do previsível. Os bicos de monitor infantil e animador de festa existiram em razão de uns trocados. E vocalista de banda continua sendo um dos meus planos B, ainda que eu queira mais ser músico de um instrumento "externo". Não tenho um plano A, pois pressupõe que todos os outros planos estejam um degrau abaixo na hierarquia de sonhos. O peso da idade e da responsabilidade em cima desta são, ainda por cima, o agravante de alguma providência. Que bom que seja nesse sentido, em algo que me enriqueça como Thiago e não como pessoa jurídica, como número e dados. Passou o tempo do "não há culpa em não se ocupar" ao pé da letra.

A reação pareceu tácita, mas a farra foi grande aqui dentro. Por incrível que pareça, oito horas por dia completam a alforria do ócio que me mantinha numa estaca zero qualquer. E ainda tenho banco de horas! Vou estar bem ocupado na semana, o que fecha o ciclo desse ano de fim de graduação. Já estava com gostinho de quero-menos. Não estou com saco pra leituras obrigatórias que me guiem rumo ao básico daquilo que não quero. Por isso, procuro sempre o que me dá na telha. Daí o tupi, antropologia, hebraico, história da música, indústria fonográfica e literatura de mercado.

Sei que vou tomar muito na cabeça por causa dessa minha cisma em variar e experimentar sempre. É a hora e vez de Augustinho. É essa insistência, ou melhor dizendo, é essa esperânsia que me mantém firme. Do contrário, eu seria alguém que procuraria um curso que me desse um emprego futuro muito bem pago e não uma faculdade com estudos bons e, melhor ainda, no presente. Ego, hic et nunc.

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